Poeta Verônica Marzullo de Brito

A poesia não pode parar!

Textos

Desfile desfeito
Desfile desfeito

Já sei que escolas têm intervenção do bicho.
Só bates nessa tecla... Ninguém mais aguenta!
Tentas encobrir realidade com lixo...
Admita: Já era assim nos anos setenta.

Eu sei que a letra nada mais é que utopia;
que digo tolices de uma velha rabugenta.
Já sei que alguns sambam com a cabeça vazia,
mas o que reprimes, a revolta alimenta.

De nada adiantou proibirem a faixa.
Censurar enredos realça as fantasias
de um povo que, quando exaltado, não se abaixa.

O sangue escravizado é muito mais capaz
do que o estagnado num coração de vampiro.
Acorda, senhor! Não passas de um capataz!

(Verônica Marzullo de Brito - 18/02/2018)

(Homenagem ao desfile da Paraíso do Tuiuti em 2018, principalmente à fantasia do vampiro neoliberal, cuja faixa presidencial foi censurada no segundo desfile).
Verônica Marzullo de Brito
Enviado por Verônica Marzullo de Brito em 21/02/2018
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