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Carta
Escrevo-te Nestas mal traçadas linhas de meu rosto Para te dizer o quanto ainda dói... Mais que a coluna (já que perdi as estruturas); Mais que ciática (que saudade da cama caótica...); Mais que a vesícula (pois ela pôde ser extirpada), Mais que o peso dos anos (ah, teu peso sobre mim...); Mais que a irrelevante fraqueza (ressuscitava nos teus braços); Mais que a indefectível miopia (eram lentes teus lagos de mel...); Dói mais que a certeza das horas (nosso cuco desvariado...). Mais que tudo, Dor maior, Sem cura, São os sentidos opostos de nossos passos. (Verônica Marzullo de Brito - 20/06/2017)
Verônica Marzullo de Brito
Enviado por Verônica Marzullo de Brito em 20/06/2017
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