Poeta Verônica Marzullo de Brito

A poesia não pode parar!

Textos

Carta

Escrevo-te
Nestas mal traçadas linhas de meu rosto
Para te dizer o quanto ainda dói...
Mais que a coluna
(já que perdi as estruturas);
Mais que ciática
(que saudade da cama caótica...);
Mais que a vesícula
(pois ela pôde ser extirpada),
Mais que o peso dos anos
(ah, teu peso sobre mim...);
Mais que a irrelevante fraqueza
(ressuscitava nos teus braços);
Mais que a indefectível miopia
(eram lentes teus lagos de mel...);
Dói mais que a certeza das horas
(nosso cuco desvariado...).
Mais que tudo,
Dor maior,
Sem cura,
São os sentidos opostos de nossos passos.

(Verônica Marzullo de Brito - 20/06/2017)

Verônica Marzullo de Brito
Enviado por Verônica Marzullo de Brito em 20/06/2017
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