Poeta Verônica Marzullo de Brito

A poesia não pode parar!

Textos

Polis
Tiros incomodam britadeiras
Britadeiras abafam camelôs
Camelôs ensandecem transeuntes
Transeuntes desprezam flautistas
Pega-ladrão deturpa lamento de flautas
Burocratas correm às janelas
Buscam por novidades e cadáver
Um andaime sobe, sobe, sobe
Traz as mesmas notícias
(nunca ouvidas)
Pedreiros quebram as paredes
(como quem quebra lápides)
Tentando desenterrar burocratas
Burocratas se incomodam com o sol no rosto
Pedreiros agradecem pelo sol no corpo
Encaram-se
O sol põe auréolas nas cabeças dos pedreiros
Cegando os burocratas
Esconde-se por trás do mosteiro
(Santo Antônio não percebe)
E o andaime ruma ao céu,
Enquanto a melancolia cai doze andares.

(Verônica-  02/09/2016)
Verônica Marzullo de Brito
Enviado por Verônica Marzullo de Brito em 02/09/2016
Alterado em 12/09/2016
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