Poeta Verônica Marzullo de Brito

A poesia não pode parar!

Textos

Ca(OH)2
Se uma frase rasga o peito,
Não cicatriza: Está feito.

Não penses em jogar flores
Que alimentem as dores.

Não é prova de justiça
Cuspires numa carniça.

A terra pesa demais,
Porém pode trazer paz.

O grande, o terrível mal
São os vermes, não a cal.

Há tristezas mais profundas
Que a cal, os vermes, a tumba.

Melhor que o mal do abandono?
Última pá; depois, sono.

Com carbonato de cálcio
Ameniza-se o silêncio.

Que venha essa cal, sem pena:
Dos vermes, nasce um poema.

(Verônica Marzullo de Brito - 29/08/2016)
Verônica Marzullo de Brito
Enviado por Verônica Marzullo de Brito em 02/09/2016
Alterado em 02/09/2016
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