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Decreto
Se a vida é um intervalo
Que haja plantio e colheita Não quero apenas o estio. Quero o senso verdadeiro A paixão, o gosto, o cheiro Não aceito só migalhas Devoro o pão inteiro. Seja amargo, doce ou sal Eu gosto, mastigo e engulo Pois apenas ao insosso Considero anormal. Quero cuidar, ser cuidada Ser amada e amar Transbordar meu coração Pois viver sem emoção É girar em torno do nada. Não, não vou me acostumar A ver algo a esfriar. Não pretendo aceitar Diálogos monocórdicos Olhares distantes, frios Abraços sem arrepios Palpáveis espaços vazios.
Verônica Marzullo de Brito
Enviado por Verônica Marzullo de Brito em 27/07/2016
Alterado em 27/07/2016 Copyright © 2016. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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