Poeta Verônica Marzullo de Brito

A poesia não pode parar!

Textos

No trem
O trem é um minimundo
De nossa educação
Ambiente triste e imundo
Vamos lá ganhar o pão?

Desrespeito a toda prova
Gritos, nonsense, torpor
Do chaos, a suprema prova
Mete a lenha, condutor!

Aluno pensando em praia
Piriguete, nos granfinos
Trabalhador, Cláudia Raia
Todos, em manter o tino

Mulher protegendo o corpo
Nojento tentando roçar
Jovenzinho se faz morto
Pra velhinha não sentar

Vendedor quer ser "profissa"
Pedinte quer ser vendedor
Mauricinho engomado
Olha a ambos com rancor

Professor desesperado
Com os caminhos da nação
Observa, desolado
Montes de lixo no chão

Analista de sistemas
Irritada com os humanos
Liga o seu computador
Onde não há desenganos

Em todos os pensamentos
Cada sexo, cada idade,
Paira a mesma afirmação
Com mais ou menos verdade:

"Não mereço estar aqui
Situação passageira
Sou melhor que tudo isto
Não me encaixo na sujeira"

Mal acordam e lá estão
Cada qual com seu motivo
Esperando na estação
Pelo trem educativo.
Verônica Marzullo de Brito
Enviado por Verônica Marzullo de Brito em 15/12/2015
Alterado em 15/12/2015
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